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04 maio 2017

História - A protegida de Anúbis




Aviso:
Essa é uma história que eu estou escrevendo, todo conteúdo aqui incluso é de minha autoria. 
Pesquisei e estudei bastante para poder escrever, então se você curte mitologia Egípcia vem comigo.



Capitulo 1 - Destino

Nada é familiar pra mim neste lugar, ter fugido de um orfanato em Nova Jersey ,EUA, me parecia uma boa ideia no inicio, mas desde que desembarquei  daquele navio nesse país e fui vendida como serva para um casal de senhores egípcios minha vida não tem sido um mar de rosas, claro que também não posso reclamar, para alguém que não tinha o que comer e vestir, hoje posso me considerar uma garota de “sorte”.
 Orítia me encontrou em uma mesquita no Cairo há quatro anos, eu tinha apenas 14  na época. Um mercador de escravos, com uma barba horrorosa que vivia repleta de restos de comida, arrastava meia dúzia de crianças e adolescentes  pelo pequeno caminho estreito, com gritos abafados de negociantes por todos os lados, éramos obrigados a andar em fila única enquanto o repugnante mercador de crianças nos arrastava caminho adentro. Lembro-me de estar suja com os cabelos raspados e roupas rasgadas, mas Orítia, por algum motivo se cativou por mim, pagou 270 libras e me levou consigo.
Seu marido, Kanope, hesitou no inicio, por ser muito nova ele achava que talvez eu não desse conta do serviço braçal, porém com o tempo o surpreendi e ganhei sua admiração. Como Orítia não podia ter filhos, criamos certa ligação, mas sempre me colocando no lugar de serva e não laços fraternos.

_Maya?_ Ouvi os gritos de Orítia vindos do rio.
_Sim senhora? Estou aqui!
Corri rapidamente pelo piso de linóleo, o dia estava quente como de costume, havia varias moças bem vestidas que conversavam com Orítia, uma delas me olhou com desprezo quando me aproximei.
_Hora tia Orítia, já está na hora de conseguir uma serva melhor não acha?! Essa me parece um tanto desnutrida.
Todas riram enquanto me mantinha de cabeça abaixada, não me incomodava com os insultos, estava acostumada, afinal não havia conhecido muitas pessoas que me respeitasse.
_Ora não diga isso Daira, Maya tem mostrado fidelidade e respeito por mim e Kanope a quatro anos, não tenho o que reclamar dela, é uma garota muito amável.
_A senhora está envelhecendo mesmo minha tia, desde quando se elogia um empregado assim na frente dos convidados!
_Daira, não se esqueça que iremos todos ter nossos corações pesados na balança de Anúbis, então tome cuidado se não quiser que Ammit o devore em sua morte._ Orítia sorria com suavidade, não havia raiva em seu tom de voz, apenas autoridade, algo da qual eu admirava.
_Pode ir querida, e me traga um jarro com vinho. Ela deu um leve tapinha em meu braço e sorriu.
A Família Abubakar era muito renomada por aquelas redondezas, Orítia e Kanope eram muito respeitados e conhecidos pela sua enorme compaixão aos mais carecidos.
Como não conheci minha família, os Abubakar eram os mais próximos de qualquer laço familiar que eu já tivera na vida. Eles não me tratavam com desprezo e muito menos com arrogância, pelo contrario eram até muito gentis, muitos outros escravos gostariam de estar no meu lugar, mas não era a vida que eu havia sonhado quando fugirá do orfanato a anos atrás, queria minha liberdade, minha tão sonhada liberdade.
O sol já se punha no horizonte, o que deixava aquele aspecto lindo alaranjado no céu, ao fundo se via o deserto e pirâmides, uma cena linda, uma experiência da qual eu jamais me arrependeria de ver todos os dias.
Preparei a mesa para meus senhores, é estranho falar assim, mas é como deveria chama-los, afinal eu era uma empregada. O jantar seria o prato preferido do senhor Kanope; macarrão alho e óleo com palmito e açafrão, um bom vinho tinto  para acompanhar, depois de servir o jantar  me retirei e fui para meu quarto.
Simples, porém espaçoso, tudo que eu precisava estava ali, algumas roupas, lenços e um colar que está comigo desde de pequena, a imagem de um chacal foi esculpida no pingente, Orítia diz que meu destino estava traçado para chegar ao Egito, que Anúbis tinha algo a ver com esse destino, porém eu  nunca dei muito ouvido as  coisas que ela dizia sobre deuses ou ter sido escolhida para algo maior.
Arrumei minha cama, coloquei meu pijama de linho que havia comprado no mercado do Cairo, retirei a presilha que prendia meus poucos cabelos e me joguei na cama, mergulhei em um sono profundo.

Acordei assustada com o barulho da janela se abrindo, a noite estava quente, mas havia uma brisa suave, tive a sensação de estar sendo vigiada, quando me virei para voltar pra cama, percebi no meu canto esquerdo uma sombra, algo parecido com uma raposa me encarava, os olhos eram de um vermelho vivo, estava ali parado me observando, tentei não gritar, dei pequenos passos até onde estava um pedaço de madeira, mas a coisa já havia percebido o que eu tinha em mente, num salto sobre humano o animal parou a minha frente. Um chacal, tinha certeza que era um chacal, ele me olhava como se quisesse me dizer algo e então desapareceu pela janela novamente.
Cai de joelhos no chão em choque pelo que havia acontecido, “Um chacal no quarto? Mas eles não estão em extinção?”pensei, _Seja lá o que for é melhor tentar me assegurar de que aquela coisa não vai entrar mais aqui.
Depois de lavar o rosto dez vezes, me recompus e tentei dormir, tive um pesadelo estranho. Estava noite, mas uma noite tão escura que eu mal via minhas mãos, havia um barco imenso, dentro estavam dois homens que discutiam por alguma coisa, um enfurecido se transformava em um enorme falcão dourado e o outro invocava uma serpente imensa, mas havia um terceiro que observava tudo atentamente, um chacal de olhos dourados, seu pelo era negro, assim como a noite, ele observava o inicio da batalha entre aquelas duas criaturas, de repente vi aqueles olhos dourados me encarando e vindo em minha direção com muita rapidez, tentei correr, mas era inútil.
Acordei assustada, “Foi só um pesadelo” pensei, tentei tirar a imagem do animal assustador da minha mente, chacoalhei a cabeça algumas vezes, me levantei e comecei a me arrumar para as tarefas da manhã.
Quando sai do quarto me espantei, a casa estava toda revirada, havia cadeiras e vasos quebrados, as cortinas estavam rasgadas e havia sangue por toda parte, corri até o dormitório de Orítia e Kanope, meus olhos não conseguiram controlar as lagrimas ao ver os corpos dos dois ensanguentados na cama. Ali no chão se encontrava pedaços de papeis, provavelmente documentos, todos cobertos com sangue, desabei no chão em prantos, eu mal conseguia me por de pé, tentei descer as escadas para pedir ajuda a alguém, mas as pessoas me olhavam assustadas, quem ajudaria uma garota com as roupas ensanguentadas?
Liguei para policia, eles chegaram rápido, porém começaram a me interrogar, como se suspeitassem de mim.
_Onde a senhorita estava, como não ouviu os gritos?.O policial me encarava com aquele olhar de acusação, praticamente dizendo que eu os tinha matado.
_Eu..eu estava dormindo, não ouvi barulho de nada!_Afirmei aos prantos. Eu jamais faria algo com eles, pobres pessoas que me acolheram e me arrancaram de uma vida horrível.
_Você terá que nos acompanhar, até então você é a única suspeita.
O policial me agarrou pelos braços, o tratamento para empregados não era dos melhores, pra eles eu era a assassina imunda, a empregada suja que havia assassinado os patrões por dinheiro. Não conseguia parar de chorar, o que estava acontecendo?!
_Por favor! Não! não fui eu, sou inocente!_Mas mesmo me debatendo e gritando, fui levada a delegacia, meu maior medo era ser deportada de volta para Nova Jersey, não queria voltar, e sei que se voltasse iria para um reformatório.
A cela onde fui colocada estava imunda, havia dejetos e comida apodrecida por toda parte, era deplorável, minhas pernas tremiam, minha roupa com sangue já seco cheirava a ferrugem, eu estava desesperada, não entendia o que estava acontecendo.
_Senhorita Peterson?
_Si..Sim_eu gaguejei
_Venha comigo._O guarda era grande, ombros maiores ainda, me arrastou para uma sala, uma sala que ficava em um porão.
_Sente-se ai_Disse ele me empurrando.
Olhei para todas as direções, o porão estava cheirando mal, e não entendia o porque estava ali.
_Vou ser interrogada! Porque estou aqui?
Mesmo gritando ele continuava de costas, parecia mexer em alguma coisa, quando se virou vi a lamina afiada em suas mãos, um Kopesh, como uma foice. Ele veio em minha direção, pegou um fio de cabelo meu e cortou com força.
_Porque você está aqui?
Eu tremia e soluçava em desespero.
_Sou apenas a criada, foi você quem me trouxe pra cá!
Ele socou um pequeno banco de madeira que se quebrou facilmente em mil pedaços.
_PORQUE VOCÊ ESTA AQUI!!!!
Ele veio em minha direção, levantou o Kopesh e acertou meu braço, me joguei no chão com o braço sangrando, tentei me levantar mais ele foi mais rápido, me pegou pelos cabelos e me jogou na parede, cai no chão, minha visão estava turva, meu corpo inteiro doía e minha cabeça latejava, vi apenas o momento em que o homem caminhava em minha direção eu sabia que iria morrer, e então apaguei.

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FazendoCyzisse

Autora:


Sou a Cih, uma Doida e bagunceira de 26 anos, curto series, anime, filmes e livros, minha paixão por arte vem desde de os 9 anos de idade.
Sou brincalhona, descontraída e adoro reformar coisas e inventar umas Cyzisses kkk.
Sou desenhista, nerd e maquiadora por amor, Amo a cultura japonesa, acho que é porque sou mestiça (risos).
Seja muito bem vindo ao meu universo doido de ser, seja bem vindo a o Fazendo Cyzisse.



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